A jovem guerreira caminha por entre árvores enormes, com suas copas fechadas. Ao passar por cima de um galho de uma árvore, algo começa a se mexer lentamente em sua direção. Aide, no entanto, não percebe que está sendo seguida e continua sua caminhada.
Aide precisa tomar muito cuidado, pois a floresta é traiçoeira, enquanto se caminha por ela algumas árvores se movem lentamente ao seu redor – alguns movimentos são aleatórios, outros são geométricos. Há, porém, um padrão entre as árvores, a questão é descobri-lo.
Ao meio-dia resolve descansar numa pedra perto de um pequeno riacho e acaba adormecendo. Durante seu sono profundo, quem ou o que a estava seguindo chega bem perto de seu rosto a ponto dela sentir a respiração em sua testa, e ela acorda instantaneamente. O ser junto à jovem quer levá-la às profundezas do lago a todo custo, assim começa arrastá-la, puxando-a para dentro da água. Ela então começa a se debater, tentando escapar, mas sua resistência é em vão…
Mergulhando bem fundo nas águas do rio, seu perseguidor a solta numa espécie de gruta embaixo da água.
Seu perseguidor é um ser ambíguo, bom e malvado ao mesmo tempo. Ele espera-a levantar do chão, onde se encontrava, após perceber que está em um lugar diferente, em uma espécie de caverna, se levanta rapidamente. Ao fazer isso bate as costas na parede gelada da montanha que cobre o lugar. O ser então se aproxima de Aide e olha fixamente em seus olhos.
Ela lhe pergunta onde está e há quanto tempo permaneceu adormecida. O ser lhe diz que:
– Se passaram três dias e este lugar fica abaixo do nível do mar, muito distante do riacho onde lhe encontrei; para chegar aqui é necessário viajar um dia. Não se preocupe não há como sair daqui.
E o sangue de Aide começa a ferver com o fato de ter sido desviado de seu caminho.
O ser lhe explica que ele precisa de um novo corpo e a lua cheia está chegando e nesse dia as poções se tornam mais poderosas, o que lhe dará mais chances de conseguir se apoderar e ocupar o seu novo corpo. Aide se mexe bruscamente, tentando se soltar das correntes que a prendem e fugir daquele absurdo fantástico diante de seus olhos.
– Me chamo Arapu, e preciso de um novo corpo. A lua cheia está chegando e nesse dia as poções se tornam mais poderosas, o que me dará mais chances de conseguir me apoderar e ocupar o seu corpo.
Aide se mexe bruscamente, tentando se soltar das correntes que a prendem e fugir daquele absurdo fantástico diante de seus olhos.
Arapu continua sua explicação:
– Sou um ser milenar e, a cada duzentos anos, preciso trocar de corpo para continuar vivendo – nem lembro mais qual fora minha forma original. Assim seu corpo será meu pelos próximos duzentos séculos e, então, lhe devolverei. Você ficará junto destes outros espectros, perdidos no mar e, se ao vencimento do próximo ciclo, eu lhe encontrar, faremos a troca. A questão é que sou muito velho e geralmente não encontro os donos antigos dos corpos.
As pernas de Aide começaram a tremer em pensar ter de esperar tanto tempo e poder ser em vão. Ela se aproximar dele e nega a fazer o empréstimo, afinal aquele corpo lhe fora dado desde seu nascimento, logo eram inseparáveis. Arapu, entretanto, não lhe deu ouvidos e mandou se calar – o que certamente ela não o fez.
Ela havia perdido a família e precisa encontrar Maine e este ser estava atrapalhando-a.